Uma nova campanha de ciberespionagem atribuída a hackers russos ligados ao estado está visando missões diplomáticas estrangeiras com um nível alarmante de sofisticação. A equipe de Threat Intelligence da Microsoft descobriu recentemente esta operação, na qual os atacantes estão se passando pela empresa de cibersegurança Kaspersky Lab para ganhar a confiança de seus alvos.
O modus operandi começa com e-mails de spear-phishing cuidadosamente elaborados enviados a funcionários de embaixadas. Essas mensagens aparentam conter alertas de segurança urgentes ou atualizações de software da Kaspersky, com identidade visual e formatação que parecem autênticas. Quando os destinatários clicam nos links incorporados, são direcionados para baixar o que parece ser um software antivírus legítimo da Kaspersky.
Porém, os arquivos baixados contêm na verdade malware personalizado projetado para coleta de inteligência. O código malicioso estabelece acesso persistente aos sistemas das vítimas, permitindo que os atacantes exfiltrem comunicações diplomáticas sensíveis, credenciais de acesso e outras informações classificadas.
Análises técnicas revelam que o malware emprega várias técnicas avançadas de evasão:
- Process hollowing para esconder atividade maliciosa dentro de processos legítimos do sistema
- Comunicações criptografadas de comando e controle
- Capacidade de movimento lateral em ambientes de rede
A Microsoft atribui esta campanha com alta confiança ao grupo APT29 (também conhecido como Cozy Bear), vinculado ao Serviço de Inteligência Estrangeira da Rússia (SVR). Este grupo já foi associado a ataques de alto perfil como o incidente da SolarWinds em 2020.
A escolha de se passar pela Kaspersky é particularmente significativa. Como empresa de cibersegurança sediada na Rússia, a Kaspersky pode parecer uma fonte mais crível para funcionários de embaixadas que lidam com assuntos relacionados à Rússia. Isso demonstra o sofisticado entendimento que os atacantes têm da psicologia e do contexto operacional de seus alvos.
Recomendações de segurança:
- Implementar filtragem avançada de e-mails para correspondência diplomática
- Estabelecer procedimentos rigorosos de verificação para todas as atualizações de software
- Monitorar padrões incomuns de tráfego na rede
- Realizar treinamentos de conscientização sobre táticas avançadas de phishing
A Kaspersky Lab emitiu uma nota confirmando que não está associada a esta campanha e que está colaborando com as autoridades para investigar a falsificação.
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